Pouco tempo após o arroz subir 18%, foi a vez do feijão ficar ainda mais caro no 1° trimestre de 2024. A alta dos preços ocorre devido ao impacto negativo das condições climáticas na produção dos dois alimentos mais consumidos pelos brasileiros.
Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), deu uma entrevista para a Exame, onde explicou que é estimado que 25% da produção da primeira safra seja perdida nos primeiros meses do ano. O excesso de chuvas na região Sul e a estiagem em partes de Minas Gerais e Goiás acenderam o alerta vermelho acerca do rendimento esperado.
A questão é que o Brasil já vem de um histórico de baixo estoque de feijão. Na temporada 2022/2023, o país registrou a colheita de 805 mil toneladas do alimento, sendo que a demanda é de 875 mil. No entanto, conforme Lüders, esta deve ser a menor colheita do grão de todos os tempos, o que resulta no aumento dos valores. A estimativa, segundo ele, é que o preço passe de R$ 10 o quilo e, em algumas regiões, possa chegar a R$ 15.
Sem desabastecimento de arroz
Contudo, ainda que o arroz também tenha encarecido, não há risco de desabastecimento no país, já que o produto pode ser importado de diversas localidades. No entanto, o mesmo não ocorre com o feijão, que possui variedades cultivadas somente em território nacional.
Conforme especialistas da área, a expectativa era de que a colheita de feijão chegasse a cerca de 3 milhões de toneladas em 2024. A safra, porém, deve registrar retração em torno de 2,5%. Por esse motivo, os preços devem se manter em alta até o mês de março, quando há a estimativa de uma redução dos valores.