O aniversário de 470 anos de São Paulo é celebrado nesta quinta-feira, 25 de janeiro. Para comemorar a data, muitas pessoas costumam buscar por atividades que refletem, de alguma forma, a essência da cidade mais populosa do Brasil. Uma delas é comer o tradicional Bauru do Ponto Chic, bar inaugurado em 1922, no Largo do Paissandu.
Desde a sua origem, que coincidiu com a Semana de Arte Moderna, o local passou a ser frequentado por intelectuais, artistas e modernistas, como Mario de Andrade e Anita Malfatti. A partir de então, sua história se entrelaçou com a da capital paulista e rendeu o alimento, um dos maiores símbolos da cidade. Por isso, o AnaMaria Receitas conversou com o empresário Rodrigo Alves, quarta geração à frente do Ponto Chic, para saber mais sobre o tradicional Bauru do estabelecimento. Confira!
Como o Bauru surgiu?
Além dos famosos, o Ponto Chic também recebia muitos alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Dentre eles, estava Casimiro Pinto Neto, que participou da Revolução Constitucionalista de 1932. Por ter nascido em Bauru (SP), Casimiro carregou o nome do município como apelido e, em 1937, criou o sanduíche que seria o mais pedido da casa dali em diante.
Em um dia de muita fome, o então estudante aproximou-se do sanduicheiro Carlos, já falecido, e disse: “Abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro”. Quando Carlos já ia fechando o pão, Bauru completou: “Bota umas fatias de rosbife e outras de tomate”. Enquanto Casimiro comia, um amigo experimentou o lanche, chamou o garçom e disse: “Me vê um do Bauru”. Todos que iam pedir falavam o mesmo e, assim, foi dado o nome de “Bauru” para o sanduíche.
Qual a receita do Bauru?
A receita do Bauru leva fatias de rosbife, tomate, pepino em conserva e quatro tipos de queijos fundidos em banho-maria, preparados no pão francês fresquinho e crocante. Segundo Rodrigo Alves, o lanche é o representante oficial da culinária paulista, além de se consagrar como o sanduíche mais famoso do país. “Por mais que a receita sofra as mais diversas variações Brasil afora, o Bauru do Ponto Chic representa a cultura local e o costume de escolher pratos que possam ser consumidos mais rapidamente”, comenta.
Vale ressaltar que os chapeiros do estabelecimento são treinados para manter o sabor e a originalidade. Assim, geração após geração, quem visitar as lojas terá sempre a mesma experiência. “Todo mês, eu compro uma tonelada e meia de lagarto para fazer o rosbife. De todos os ingredientes, nós só não preparamos o pão, comprado do mesmo padeiro há mais de 55 anos”, explica Rodrigo.