![Saiba como lidar com a seletividade alimentar](https://anamariareceitas.com.br/wp-content/uploads/2024/04/saiba-como-lidar-com-a-seletividade-alimentar-768x455.jpg)
A seletividade alimentar, também conhecida como picky eating, é uma condição que acomete muitos indivíduos ao redor do mundo, sendo eles, em sua maioria, crianças. Além da recusa alimentar, ela também é caracterizada por falta de apetite e desinteresse pelo alimento, o que pode originar o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE), distúrbio que acarreta problemas nutricionais graves e deixa muitos pais e responsáveis de “cabelo em pé”.
Por isso, o AnaMaria Receitas conversou com Juliana Brêtas e Danielle Andrade, fundadora e nutricionista do Garfinho, aplicativo que auxilia na alimentação infantil, para entender como lidar com a seletividade alimentar e quais são as melhores estratégias para incentivar pessoas seletivas a provarem novos alimentos; confira!
Como lidar com a seletividade alimentar infantil?
Antes de seguir uma determinada abordagem, é necessário diferenciar as preferências alimentares da seletividade alimentar. Enquanto a primeira pode mudar com o passar do tempo e variar dentro do mesmo grupo de alimentos, a segunda ocorre quando a criança passa a ter uma alimentação altamente limitada devido a causas fisiológicas ou comportamentais.
“O primeiro momento de recusa e mudança no padrão alimentar acontece entre o primeiro e segundo ano do bebê, tendo em vista a mudança nas necessidades nutricionais e o começo da formação das preferências alimentares. Já a segunda mudança costuma ocorrer na idade pré-escolar, entre 2 e 5 anos, na qual a criança passa a ter maior necessidade de expor sua personalidade, além da fase dos medos e fobias”, comenta a nutricionista. Ademais, as especialistas ressaltam que todas as crianças passarão por algum momento de seletividade alimentar na vida, mas a forma com que os responsáveis lidarão com isso é o que define o tempo e a intensidade da recusa.
Com relação aos pequenos, a abordagem sempre deve ser feita com leveza, de maneira respeitosa e à base de brincadeiras, visto que as crianças se sentem mais seguras em um universo lúdico. “É preciso, então, estabelecer uma rotina, respeitar o apetite da criança, evitar exageros de ofertas alimentares, tornar a refeição prazerosa e agradável, evitar as distrações, subornos e recompensas e reforçar que os cuidadores precisam ser o principal exemplo para a criança, estando junto e comendo os mesmos alimentos”, destaca a fundadora do aplicativo.
Como incentivar crianças seletivas a experimentarem novos alimentos?
Quanto maior o envolvimento da criança com o alimento antes dele chegar à mesa, melhor o incentivo para ela experimentar. Assim, o ideal é envolvê-la na compra, na organização da geladeira e no preparo das receitas, além de pensar em brincadeiras com os ingredientes, como dar comida para os brinquedos ou fazer um piquenique.
Contudo, o principal objetivo não é que a criança coma todas as comidas logo de cara, mas, sim, que aceite e, quando se sentir confortável o suficiente, passe a comê-las. Juliana ainda salienta a importância da constância durante o processo: “Como tudo no universo infantil, não basta fazer uma só vez e nunca mais fazer, ou fazer poucas vezes, não ter o resultado esperado e desistir. Têm crianças que precisam de mais tempo ou de itens mais adaptados e está tudo bem! Cada criança é única e precisa de respeito ao seu tempo sempre”.
A abordagem da seletividade alimentar é diferente entre crianças e adultos?
A seletividade alimentar em adultos, assim como nos pequenos, pode envolver aversão a certos tipos ou grupos de alimentos, relutância em experimentar novas comidas e preferências alimentares restritas. Ainda, se não tratada, a condição pode restringir a quantidade adequada de nutrientes e causar, até mesmo, sensibilidades alimentares associadas a não rotatividade na ingestão de comestíveis.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade Stanford, nos Estados Unidos, há uma probabilidade significativa de que crianças seletivas se tornem adultos com comportamentos semelhantes. Além disso, a mesma pesquisa expôs indícios de que algumas pessoas passam a ter uma alimentação seletiva só na adolescência ou no início da fase adulta, em razão de fatores comportamentais.
Quanto ao tratamento, a forma de trabalho e os objetivos são os mesmos para qualquer faixa etária. O que difere é que quanto maior for o tempo que o paciente está em recusa e seletividade, maior costuma ser o tempo de recuperação. Danielle enfatiza que, caso a seletividade esteja relacionada a desafios motores ou sensoriais, há a necessidade de um acompanhamento simultâneo: “Deve-se ter a apresentação dos alimentos em paralelo com a redução desses incômodos, ou seja, um trabalho multidisciplinar com fono, terapeuta ocupacional, psicólogo e nutricionista é necessário”.
Gostou de saber como lidar com a seletividade alimentar? Confira, então, quais os alimentos que ajudam a combater o estresse!