Aceitação alimentar: como incentivar as crianças a experimentarem sabores novos

A aceitação alimentar é um processo gradual que envolve paciência, persistência e uma abordagem positiva.

Aceitação alimentar
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Introduzir novos alimentos no cardápio das crianças pode ser um desafio para muitos pais e responsáveis, principalmente quando uma criança apresenta seletividade alimentar, um comportamento característico pela rejeição ou limitação extrema a determinados alimentos. Segunda a fonoaudióloga especialista em motricidade oral com enfoque em alimentação, Carla Deliberato: “Esse comportamento ocorre quando há uma recusa frequente ou desinteresse por certos alimentos, muitas vezes relacionado a fatores como textura, cor, temperatura ou até o cheiro do alimento. É comum que a criança aceite apenas alimentos específicos, como macarrão ou batata frita, e recuse outros, como frutas ou legumes, o que pode gerar preocupações nutricionais e emocionais a longo prazo.”

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Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos pais é a resistência inicial das crianças aos novos alimentos. A paciência é fundamental nesse processo. Estudos mostram que, em média, uma criança pode precisar ser exposta a um novo alimento até 15 vezes antes de aceitá-lo. A insistência, sem pressão ou brigas, é o segredo para que a criança se acostume com aquele alimento ao seu redor

Sinais de alerta

Deliberato ainda compartilhou alguns sinais para que os pais identifiquem se a seletividade alimentar da criança está em estágio preocupante. “Os pais devem ficar atentos se as refeições se tornam momentos de estresse e desconforto para todos, e se a criança apresenta sinais como náuseas, vômitos, engasgos ou recusa de alimentos de determinadas texturas ou cheiros”, alerta a fonoaudióloga. Os pais devem procurar um especialista quando observarem que a criança:

  • Recusa a maioria das refeições;
  • Apresenta náuseas, vômitos ou engasgos frequentes durante a alimentação;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência de alimento, como purês, por exemplo;
  • Prefere comer fora da mesa, andando ou posicionada em outros locais;
  • Faz caretas ou se incomoda com o cheiro dos alimentos.

Evite transformar a hora das refeições em um campo de batalha. Em vez de forçar a criança a comer algo que ela não gosta, tente criar um ambiente relaxado e prazeroso, onde ela se sinta à vontade para explorar novos sabores. Lembre-se de que as crianças observam e aprendem com os exemplos dos adultos, por isso, mostre entusiasmo ao experimentar novos alimentos.

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Uma boa estratégia é introduzir o novo alimento junto com algo que a criança já gosta. Por exemplo, se ela adora arroz, ocasionalmente um pouco de legumes picados ou um molho saudável. Essa abordagem pode ajudar a criança a se familiarizar com novos sabores sem a sensação de um grande contraste.

Dicas para ajudar as crianças a experimentarem novos alimentos

Carla Deliberato lista cinco estratégias que os pais podem adotar:

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  • Incentivar a criança a explorar os alimentos com todos os sentidos, permitindo que ela toque, cheire e até lamba novos alimentos.
  • Envolver a criança no preparo das refeições, desde a escolha dos ingredientes até a preparação, o que aumenta a curiosidade e a disposição para provar novos sabores.
  • Promover a autonomia, permitindo que a criança se sirva durante as refeições.
  • Realizar refeições em família para que a criança observe os adultos e se interesse por alimentos diferentes.
  • Evitar distrações como tablets ou televisores durante as refeições, para que a criança foque no momento e nos alimentos.

A fonoaudióloga também compartilhou quatro receitas que ajudam no processo de aceitação e introdução alimentar. Confira as receitas completas clicando nos links abaixo:

Hamburguinho nutritivo de legumes

Nuggets de frango saudável e caseiro

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Pizza nutritiva e colorida

Salgadinho saudável de grão-de-bico

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